Dawn Wall – Caminhando pela Sobra
Se o antigo e sábio dito: - "Toda longa caminhada começa com o primeiro passo." é mais que verdade, posso afrimar que: - "Toda longa escalada começa com a admiração e desejo."
Para muitas pessoas 19 dias
de viagem é um sonho se realizando, mas para a dupla de escaladores Tommy
Caldwell e Kevin Jorgson o desafio de 19 dias foram de intensas
sensações e dificuldades com um nível técnico elevado que exigiu muito mais
do que apenas desejar.
Dentre tantas outras vias no El
Capitán – Yosemite, Califórnia, a face rochosa mais prestigiada do mundo e
cenário de ascensões épicas, a via Dawn Wall é sem dúvida umas das mais
exigentes dentre todas e detentora do título de via tradicional – big wall - mais difícil do mundo.
Imagem AltaMontanha.com |
As histórias de conquistas nos
remetem ao final da década de 50 onde Warren Harding, Wayne Merry e George
Whitmore conquistaram a primeira via na parede granítica do El Capitan - The
Nose - mundialmente conhecida e desejo de muitos escaladores. O trio levou anos
para realizar a conquista, certamente muito à frente tecnicamente, fisicamente
e psicologicamente do que tudo que acontecia no mesmo período. O trabalho de
anos fora finalmente concluído durante 12 (doze) dias de ascensão e de certa maneira
não visto com bons olhos por Robbins que adotara a filosofia de que conquista
deveria ser feita de maneira continua.
Depois da primeira escalada livre no The Nose – 1990, as vias de big wall clássicas passaram a ser repetidas não mais utilizando de meios móveis artificiais, tais como: clifs, estribos... Escalar livre virou sinônimo de prosseguir utilizando apenas pés e mão, este processo purista reformulou e aprimorou as técnicas de escalada, a corda agora não era mais usada como “corrimão” mas sim como o sistema de segurança ao qual fora projetado, amparando os escaladores em caso de quedas. Este processo de transformação de estilo era conhecido como “Livrar uma via” repetir o caminho antes conquistado de maneira livre.
Depois da primeira escalada livre no The Nose – 1990, as vias de big wall clássicas passaram a ser repetidas não mais utilizando de meios móveis artificiais, tais como: clifs, estribos... Escalar livre virou sinônimo de prosseguir utilizando apenas pés e mão, este processo purista reformulou e aprimorou as técnicas de escalada, a corda agora não era mais usada como “corrimão” mas sim como o sistema de segurança ao qual fora projetado, amparando os escaladores em caso de quedas. Este processo de transformação de estilo era conhecido como “Livrar uma via” repetir o caminho antes conquistado de maneira livre.
Como a impossibilidade é uma
constante no montanhismo, durante a década de 1970 a Dawn Wall (Parede da
Sombra) era tida como impossível de ser escalada, inclinada, lisa e
tecnicamente exigente era apreciada à distância. No entanto o desejo motivou os
escaladores Warren Harding e Dean Campbell a tentarem desafio, a conquista da
via tomou 24 horas de atenção durante 28 dias, finalmente completada em meios
artificiais nenhum outro escalador fez tentativas de escalar em estilo livre.
É claro que durante todo este
período novas vias foram conquistadas e tantas outras desejadas, assim
aconteceu com a Dawn Wall, Caldwell
já havia tentado “livra-la”, no entanto a dificuldade técnica das 30 enfiadas
da via não permitia a conclusão do desafio. Em 2008 Caldwell realizou algumas
inspeções na via verificando os lances, a parceria com Jorgeson se deu em 2009
onde estudando as enfiadas, movimentos e técnicas os escaladores tentaram por
varias temporadas “livrar” cada uma das enfiadas, por questões de mal tempo ou
mesmo lesões nos escaladores, na maioria das vezes o trabalho teve que ser
interrompido.
Entre o final do ano de 2014 e
inicio de 2015 Tommy conseguiu encadenar as últimas enfiadas da via, desde então
os preparativos para a jornada foram intensificados, após um breve descanso
eles foram com tudo, ajudados pelo bom tempo durante 19 dias de escalada dormiram
na parede em portaledges, noites de
sono embaladas pelos difíceis lances de cada enfiada. Durante o dia em trabalho
constante os escaladores prosseguiam, às vezes de maneira penosa uma vez que
decidiram escalar em “red point” ou
seja, caso o guia caia (vaque) durante o intento ele retorna ao início da
enfiada e recomeça todo o processo, o descanso também é feito de maneira
natural durante a escalada, sem segurar corda ou travar. Isso fez com que Tommy
guiasse as enfiadas mais difíceis, uma vez que os dedos de Kevin estavam com a
pele tão desgastada que não conseguia prosseguir, Tommy aguardou 5 dias ate que
seu companheiro pudesse se juntar a ele para realizarem o ataque final e assim
chegarem juntos ao cume.
Sem dúvida alguma a dupla ganhou a
atenção do mundo, utilizando de meios de comunicação via internet, eles postavam
informações sobre o progresso e logo na reta final do desafio com cobertura ao
vivo pela emissora de Tv NBC os escaladores comemoravam a façanha.
Atualização:
Adan Ondra é o atual nome da escalada mundial, campeão mundial em escalada de dificuldade, vice-campeão mundial em escalad em boulder e com tantos projetos ativos abriu espaço na agenda para ir à "meca da escalada" e fazer a via Dawn Wall em estilo livre, o "monstro" no melhor sentido que essa palavra pode descrever este escalador escreve seu nome entre os ícones, repetindo o caminho trilhado em 2015, agora em incríveis 8 dias... alcançando o cume do El Captain no dia 25/11/16, mas isto é papo para um próximo encontro.
Confira o vídeo abaixo...
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Dawn Wall possui 30 cordadas apresentadas nas dificuldades médias:
ü 1 Cordada : 5.12b (8b Br– 7b Francês)
ü 2 Cordada : 5.13a (9b Br– 7c+ Francês)
ü 3 Cordada : 5.13c (10a Br – 8a+ Francês)
ü 4 Cordada : 5.12b (8b Br – 7b Francês)
ü 5 Cordada : 5.12d (9a Br – 7c Francês)
ü 6 Cordada : 5.13c (10a Br – 8a+ Francês)
ü 7 Cordada : 5.14a (10c Br – 8b+ Francês)
ü 7 Cordada : 5.14a (10c Br – 8b+ Francês)
ü 8 Cordada : 5.13d (10b Br – 8b Francês)
ü 9 Cordada : 5.13d (10b Br – 8b Francês)
ü 10 Cordada : 5.14a (10c Br – 8b+ Francês)
ü 11 Cordada : 5.13c (10b Br – 8b Francês)
ü 12 Cordada : 5.14b (11a Br – 8c Francês)
ü 13 Cordada : 5.12d (9a Br – 7c Francês)
ü 14 Cordada : 5.14d (11c Br – 9a Francês)
ü 15 Cordada : 5.14b (11c Br – 9a Francês)
ü 16 Cordada : 5.13c (10b Br – 8b Francês)
ü 17 Cordada : 5.13c (10b Br – 8b Francês)
ü 18 Cordada : 5.13d (10c Br – 8b+ Francês)
ü 19 a 30 Cordada : 5.11 a 5.12 (7a a 9a br – 6c a 7c+ Francês)
Fonte: Climbing Magazine, Desnível.com
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