Monte Fuji - O desabrochar da Lótus - Parte I + Mount Fuji - The blossoming of the Lotus - Part I

Em cada cultura a população se propõe a transmitir valores por gerações. Se uma pessoa deve plantar uma arvore, um mulçumano ir à Meca - local sagrado de peregrinação; um católico deve ir á Jerusalém... todo japonês tem uma missão a mais: escalar o Monte Fuji. O ponto mais alto do Japão é um símbolo sagrado além de ser uma das montanhas mais escaladas do mundo, seguramente uma das paisagens mais fotografadas e sem duvida com muita energia estrangeira circulando em suas encostas.
As encostas do Monte Fuji possui rotas que propiciam uma vivencia espiritual comparadas às mais conhecidas rotas de peregrinação do planeta, lado de lugares como o caminho de Santiago de Compostela (Espanha) ou o Monte Athos (Grécia). 

     É chamado Fuji-san (富士山) em japonês e a origem do nome Fuji é controverso. Alguns dizem que deriva da língua da tribo indígena Ainu, que ao pé da letra significa “vida eterna”. Os estudiosos, no entanto, dizem que o nome se origina da língua Yamato e refere-se a “Fuchi”, a deusa do fogo budista.


     A montanha mais alta do Japão e a 35ª do mundo tem 3.776 metros de altura. Sua cratera é de 820 metros de profundidade e tem um diâmetro de superfície de 1.600 metros. O monte é cercado pelo Parque Nacional Fuji-Hakone-Izu, um território que alcança quatro províncias: Yamanashi, Shizuoka, Kanagawa e Tokyo. Dentro de seus limites estão os Cinco Lagos do Fuji, formados pela lava de erupções vulcânicas. Estes dão nome à região que abriga, por exemplo, o Fujikyu Highland, um parque de diversão famoso por dar aos visitantes a vista do monte a partir de uma das maiores montanhas-russas do mundo. Há também restaurantes, hotéis e estações de esqui.Imaginem a milhares de anos, nossos ancestrais, sem conhecimento de como se produzir fogo visualizando a lava descendo pelas enconstas de vulcões. Essa imagem rapidamente teria uma fundamentação, os vulcões são locais divinos, trazendo luz e calor mesmo durante as noites mais frias. O Monte Fuji assim como varios outros no globo é um vulcão, ou melhor, sua formação final é constituida de três vulcões, fundidos a cerca de 100 mil anos.


   Cerca de 300 mil turistas todo ano nos meses de julho e agosto. Claro que nem todos sobem a montanha imbuídos com esse espírito místico. Para alguns, a subida resume-se a uma cansativa caminhada, que é recompensada pela vista do topo. Mas, para a maioria, a escalada tem um toque sagrado, relacionado com o trajeto do fogo. Uma das atrações aos pés da montanha, o Himatsuri, ou Festival do Fogo, é realizado todo ano no final de agosto. Tochas de até três metros de altura, que queimam nas ruas da cidade de Fujiyoshida, atuam como elemento purificador, simbolizando as lavas vulcânicas. Antes dos festejos, os visitantes podem fazer a escalada, passando por 10 estações de apoio. A superação das barreiras físicas e do cansaço faz da subida uma verdadeira peregrinação. Como toda rota espiritual, a caminhada é uma oportunidade para o viajantes refletirem sobre a própria vida.

O Fuji deixou sua marca também fora do Japão. O videogame Atari tem como logotipo três faixas que representam o monte japonês. Seu criador, o norteamericano Nolan Bushnell, era fã do Japão e jogador de Go (uma espécie de xadrez japonês do qual atari é o nome de uma jogada de ataque). Diversas empresas japonesas também fazem referência ao monte, tais como o Fuji Bank e a Fujifilm. Esta última se estabeleceu inicialmente ao pé da montanha em 1934 na cidade de Ashigara.

       Pode-se alcançar até o quinto estágio da subida via trem ou por estrada, acima desse ponto só caminhando, que pode durar de três a seis horas dependendo da disposição do escalador e de qual dos quatro caminhos se escolhe (Kawaguchiko, Fujinomiya, Gotemba ou Subashiri). Há também aqueles que fazem a escalada toda a pé, dispensando o trem, o que aumenta a jornada em mais cinco horas em média. No início da escalada, é vendido um cajado de madeira, ao passar por uma estação, há um encarregado de queimar o bastão com um carimbo aquecido em brasas, em mais uma referência ao fogo. Aos peregrinos, a superação de cada estágio representa o vencimento dos obstáculos da vida, do passado e do presente. Para evitar dormir nas pousadas e para fugir do calor, recomenda-se percorrer o caminho ascendente à noite, já que um dos principais objetivos é ver o nascer do sol lá do topo, o goraiko.

   Perto do cume, a passagem por um portal xintoísta delimita a entrada na reta final, ou para os mais místicos, em um espaço sagrado próximo dos céus. Ao chegar lá em cima, preferencialmente de madrugada, o peregrino tem um tempo para fazer uma última meditação. E, finalmente, a renovação vital, ou, quem sabe, até uma experiência mística pode chegar junto com os primeiros raios do alvorecer. O espetáculo é único.
    
    Com o aumento dos visitantes, o Fuji enfrenta grave processo de deterioração ambiental. O intenso movimento também provocou crescimento do comércio local, responsável pelos inconvenientes da modernidade, tais como o aumento do lixo e todo tipo de dejetos. Atualmente, centenas de voluntários das mais variadas profissões se juntam para catar lixo no caminho. O governo japonês adotou diversas medidas que melhoraram as condições de preservação nos últimos anos, mas a situação ainda é crítica. Em um pedido de reconhecimento do Monte Fuji como Patrimônio Natural da Humanidade no início de 2007, a Unesco negou o título. Esta é a segunda vez que o órgão internacional não inclui o símbolo japonês na lista de patrimônios mundiais. Na primeira vez, em 1995, a justificativa foi que o local enfrentava problemas de preservação. Fica o alerta para que visitantes e autoridades se mobilizem para manter a integridade do Fujisan.

     Um portal xintoísta (torii), que marca o limite entre um local sagrado e um profano, recebe os visitantes que conseguem chegar ao topo do monte. Ele está lá para delimitar o território do templo dedicado à Sakuya Konohana, considerada a princesa da flor de cerejeira e deusa do Monte Fuji. Diz a lenda que ela era tão bela quanto a flor, atraindo até a atenção de Ninigi, o deus encarregado de criar o Japão. Mas ela percebeu que sua beleza duraria pouco, assim como as sakura, e, inconformada, rumou ao topo do Fuji para subir aos céus. Por isso, ela também simboliza a efemeridade da vida.

Festival de Fogo
     Fujiyoshida é uma das cidades que cercam o Monte Fuji e onde sempre ocorre o Himatsuri, ou Festival do Fogo, nos dias 26 e 27 de agosto. Ao cair da noite do primeiro dia, tochas com cerca de três metros de altura são acesas na rua principal, enquanto uma espécie de réplica do Monte Fuji é carregada pelos habitantes do lugar. O interior das casas, decorado, é iluminado pelo fogo, cujos locais onde ficam são purificados com terra fresca e sal. O festival também encerra oficialmente a temporada de escaladas ao topo do Fuji.

Misticismo

    Como todo lugar místico, o Monte Fuji tem seu punhado de superstições. Aquele que receber os raios de sol do alvorecer no topo do Monte Fuji terá sorte, ainda mais se for no primeiro dia do ano. Escalar no ano-novo, entretanto, é uma aventura para poucos alpinistas, pois o cume está coberto de neve em dezembro, no entanto os menos aventureiros que sonharem com o Fuji na noite da virada também é considerado como detentor de boa sorte. Só é preciso tomar cuidado para não subir o monte um número par de vezes durante a vida.

   Há um ditado que diz que “o Monte Fuji parece lindo a distância, mas de perto é um amontoado de pedras”. A vista que se tem de seu cume é maravilhosa, mas o monte em si, naquela parte, é só cascalho. Por isso, o que mais encanta as pessoas é o cenário que ele ajuda a compor com seu formato simétrico e seu pico nevado. Os diversos ângulos de observação da montanha inspiraram a produção das 36 vistas do Fuji, obra-prima do ukiyo-e de Katsushita Hokusai lançada em 1832.
O Vulcão ou Os Vulcões?

     O Fuji que hoje conhecemos é resultado da sobreposição de três vulcões. Há cerca de 100 mil anos, ao pé do Monte Komitake, atividades vulcânicas começaram a dar origem a um aglomerado maior, o Ko-Fuji. Este, por sua vez, começou a expelir grandes quantidades de lava há 11 mil anos, moldando o formato atual do monte, conhecido como Shin-Fuji .A última erupção do Monte Fuji ocorreu de 16 de dezembro de 1707 a 01 de janeiro de 1708.

Água pura

    A quantidade de água que cai sobre o Monte Fuji por ano, na forma de chuva ou neve, chega a 2,5 bilhões de toneladas. Uma grande parte é absorvida pelo solo a cada dia, percorrendo o corpo do monte e desembocando no pé. Assim surgem fontes de água famosas em todo o Japão por seu gosto e pureza. O Ministério do Meio Ambiente japonês considera as águas das cataratas de Shiraito, aos pés do monte, uma das mais puras do Japão. O Fuji também é a maior fonte de água subterrânea potável do arquipélago. 

     Escalar fora de temporada é tarefa para poucos mais ousados que querem enfrentar a neve que cobre o topo de setembro a junho. A variação de temperatura entre a parte mais alta e a base chega a 22ºC, e a temperatura média lá em cima é de -6,4ºC. Por isso, a montanha só abre ao grande público nos meses de julho e agosto, em pleno verão japonês 30% são estrangeiros.
 Em 1910, a compositora e caligrafista Iwaya Sazanami, criou a música “ Fuji-San “em homenagem ao Monte Fuji. A música é cantada até hoje pelas crianças.

Letra Tradução
Atama o kumo no ue ni dashi,
Shiho no yama o mioroshite,
Kaminari-sama o shita ni kiku,
Fuji wa Nippon-ichi no yama.  Aozora takaku sobie-tachi,
Karada ni yuki no kimono kite,
Kasumi no suso o toku hiku,
 Fuji wa Nippon-ichi no yama.
Tem uma cabeça acima das nuvens
Olha para as montanhas ao redor
Ouve um trovão abaixo
Fuji, a montanha mais alta do Japão 
Está alto no céu azul
Vestindo um quimono de neve
e uma bainha prolongada de névoa
Fuji, a montanha mais alta do Japão

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In every culture the population intends to transmit values ​​for generations. If a person should plant a tree, a Muslim going to Mecca - the sacred place of pilgrimage, a Catholic should go to the Jerusalem ... every Japanese has a mission to the most: climbing Mount Fuji. The highest point in Japan is a sacred symbol in addition to being one of the most climbed mountain in the world, surely one of the most photographed landscapes and doubtless very foreign energy circulating on its slopes.
The slopes of Mount Fuji has routes that provide a spiritual experience compared to most popular pilgrimage routes in the world, next to places like the road to Santiago de Compostela (Spain) or Mount Athos (Greece).

      It's called Fuji-san (富士山) in Japanese and the origin of the name Fuji is controversial. Some say it derives from the language of the indigenous Ainu tribe, which literally means "eternal life." Scholars, however, say the name comes from the Yamato language and refers to "Fuchi", the Buddhist goddess of fire.

     The highest mountain in Japan and 35th in the world is 3776 meters high. Its crater is 820 meters deep and has a diameter of 1600 metros.O surface lot is surrounded by National Park Fuji-Hakone-Izu, a territory that reaches four provinces: Yamanashi, Shizuoka, Kanagawa and Tokyo. Within its boundaries are the Fuji Five Lakes, formed by lava from volcanic eruptions. These give name to the region that has, for example, the Fujikyu Highland, an amusement park famous for giving visitors a view from a lot of the biggest roller coasters in the world. There are also restaurants, hotels and ski resorts.

The brand image

  Fuji also made his mark outside Japan The game has the Atari logo three tracks that represent the Hill Japanese. Its creator, Nolan Bushnell North American, Japan was a fan and player of Go (a kind of Japanese chess atari which is the name of an attack roll). Several Japanese companies also refer to the mountain, such as Fujifilm and Fuji Bank. The latter was initially established at the foot of the mountain in 1934 in the city of Ashigara.

Imagine thousands of years our ancestors, without knowledge of how to produce fire by viewing the lava down the volcano enconstas. This image quickly would have a rationale, volcanoes are divine places, bringing light and warmth even during the coldest nights. Mount Fuji as well as several others on the globe is a volcano, or rather its final formation is composed of three volcanoes, melted at about 100 thousand years.

   About 300,000 tourists every year in July and August. Of course not all climb the mountain mystic imbued with this spirit. For some, the rise it boils down to a grueling walk, which is rewarded by the view from the top. But for the most part, the climb has a touch sacred, related to the path of fire. One of the attractions at the foot of the mountain, Himatsuri or Fire Festival is held every year in late August. Lamps of up to three meters high, burning in the streets of the city of Fujiyoshida act as purifying element, symbolizing the volcanic lava. Before the festivities, visitors can make the climb, passing through 10 stations support. Overcoming barriers and physical fatigue of the ascent is a true pilgrimage. Like any spiritual path, the walk is an opportunity for travelers to reflect on their own lives.



  You can reach up to the fifth stage of the ascent by train or by road, just walking up that point, which can last from three to six hours depending on the disposal of the climber and one of four ways to choose (Kawaguchiko, Fujinomiya, Gotemba or Subashiri). There are also those who make the climb across the foot, eliminating the train, which increases the journey in five hours on average. At the beginning of the climb, is selling a wooden staff, by passing through a station, there is a charge of burning the cane with a stamp heated coals, in another reference to fire. The pilgrims, the overcoming of each stage represents the maturity of the obstacles of life, past and present. To avoid sleeping in hostels and to escape the heat, it is recommended to follow the path up the evening as one of the main goals is to see the sunrise from on top, goraiko.

     Near the summit, crossing a Shinto gateway marks the entry into the home stretch, or for the more mystical, in a sacred space around the heavens. When you get up there, preferably at dawn, the pilgrim is a time to make a final meditation. And finally, the vital renewal, or maybe even a mystical experience can get along with the first rays of dawn. The show is unique.
   


    With the increase of visitors, the Fuji process faces serious environmental deterioration. The intense movement also led to growth of local commerce, responsible for the drawbacks of modernity, such as increased trash and all kinds of waste. Currently, hundreds of volunteers from various professions come together to pick up trash along the way. The Japanese government adopted several measures that have improved the conditions of preservation in recent years, but the situation is still critical. In an application for recognition of Mount Fuji as a World Natural Heritage site in early 2007, UNESCO has denied the title. This is the second time the international body does not include the Japanese symbol in the list of world heritage. The first time in 1995, the justification was that the site was having problems of preservation. Stay alert for visitors and authorities take action to maintain the integrity of Fujisan.

     A Shinto gate (torii), which marks the boundary between a sacred and profane, welcomes visitors can reach the top of the hill. He is there to define the territory of the temple dedicated to the Konohana Sakuya, considered the Cherry Blossom Princess and goddess of Mount Fuji. Legend has it that she was as beautiful as a flower, attracting the attention of Ninigi up, the god in charge of creating Japan But she realized that her beauty would last just as well as sakura, and, unhappily, she went to the top of Fuji to ascend to heaven. Therefore, it also symbolizes the impermanence of life.

Festival of Fire

     Fujiyoshida is one of the towns surrounding Mount Fuji and where ever occurs Himatsuri, or Festival of Fire, on the 26th and August 27th. By nightfall the first day, flares about three feet tall are lit on the main street as a kind of replica of Mount Fuji is loaded by the villagers. The interior of the houses, decorated, lit the fire, which are places where it is purified with fresh soil and salt. The festival also officially closes the season for climbing to the top of Fuji.

Mysticism

    Like all mystical place, Mount Fuji has its handful of superstitions. He that receives the sun rays of dawn at the top of Mount Fuji will be lucky, even if the first day of the year. Climb in the new year, however, is an adventure for a few climbers, because the summit is covered with snow in December, however the less adventurous who dream of Fuji in the evening the turn is also considered as having good luck. You only need to be careful not to climb the mountain an even number of times during their lifetime.

   There is a saying that says "Mount Fuji looks beautiful from a distance, but up close is a heap of stones." The view that has its summit is wonderful, but the mountain itself, that part, just gravel. Therefore, the most charming people is the scenario that it helps to write with their symmetrical shape and its snowy peak. The various angles of observation of the mountain inspired the production of 36 views of Fuji, a masterpiece ukiyo-e Hokusai Katsushita launched in 1832.

The volcano or Volcanoes?

     The Fuji we know today is the result of the superposition of three volcanoes. There are about 100,000 years, at the foot of Mount Komitake, volcanic activity began to give rise to a larger cluster, the Ko-Fuji. This, in turn, began to release large quantities of lava 11,000 years ago, shaping the current format of the hill, known as Shin-Fuji. The last eruption of Mount Fuji occurred December 16, 1707 a January 1, 1708.

Pure water

    The amount of water that falls on Mount Fuji every year, as rain or snow, reaches 2.5 billion tons. A large proportion is absorbed by the soil each day, covering the body of the hill and flowing into the foot. Thus water sources come famous throughout Japan for its taste and purity. The Japanese Ministry of Environment considers the waters of the falls Shiraito at the foot of the hill, one of the purest of Japan Fuji is also a major source of potable groundwater in the archipelago.



Climbing out of season is a task for a few more adventurous who want to deal with the snow covering the top from September to June. The variation in temperature between the upper and base reaches 22 ° C, and the average temperature there is above -6.4 ° C. Therefore, the mountain is only open to the general public in the months of July and August in summer Japanese 30% are foreigners.

 In 1910, the composer and calligrapher Iwaya Sazanami, created the song "Fuji-San" in honor of Mount Fuji. The song is sung by children today.

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