Soroche - O Mal da Montanha I + Soroche - Evil Mountain I

Soroche – O Mal da Montanha

Os maiores problemas aparecem nas viagens organizadas, onde ocorreram, nos últimos dez anos, 80% das mortes causadas pelo mal da montanha: a vergonha de desistir ou de atrasar o grupo leva muitas vezes a um ritmo forçado, e a frustração de não completar o trekking faz com que se desculpe uma dor de cabeça ou as náuseas com a mudança de hábitos alimentares, ou com uma constipação. As últimas consequências são o coma e a morte, por edema pulmonar ou cerebral, e os médicos previnem: em caso de dúvida, assuma que se trata desta doença e pare, no mínimo, 24 horas; caso os incomodos desapareçam pode continuar a subir, sempre com paradas de aclimatação.


As regras principais são: subir lentamente (cerca de 300 metros por dia), dormir mais baixo que a altitude máxima a que passou, conhecer os sintomas e, sobretudo, não os ignorar.


Não é fator de proteção:• ter treino em trekking;
• ter experiências anteriores em altitude;
• não ser fumante;
• estar em boa forma;
• estar há mais de 24 horas em altitude (pode surgir após dias de permanência em altitude).

É factor de risco:
• Altitude igual ou superior a 3.000 metros;
• subida rápida (mais de 600 metros num dia);
• atividades cansativas;
• experiência anterior com Mal da Montanha;
• obesidade masculina;
• falta de paradas de aclimatização;
• uso de sedativos ou comprimidos para dormir.

São sinais de uma aclimatização normal do corpo à altitude:
• sono mais leve;
• respiração acelerada;
• caminhar muito devagar;
• aumento da excreção de urina.

Primeiros sintomas (podem aparecer em bloco ou um de cada vez):

• dores de cabeça que não passam;
• insônias;
• falta de apetite;
• tosse seca;
• diminuição da excreção de urina;
• falta de fôlego, mesmo em descanso.

Uma pessoa que sofreu o mal das montanhas pode se perguntar como as pessoas do Tibete conseguem viver em grandes altitudes sem sofrerem de hipoxia. Pesquisadores estudaram os tibetanos para descobrir por que eles conseguem viver em povoações a 4.800 m acima do mar (em contrapartida, a cidade de Denver, no Colorado, está a 1.610 m acima do nível do mar). Ao que tudo indica, os tibetanos realmente são hipóxicos; entretanto, seus corpos simplesmente desenvolveram uma maneira única de lidar com a pressão atmosférica mais baixa. Mas como? Para entender a resposta dessa pergunta, primeiro temos que compreender por que as pessoas não poderiam se desenvolver nessas altitudes.
O sistema de distribuição de oxigênio do corpo humano se desenvolveu ao longo de centenas de milhões de anos. Você aspira oxigênio nos pulmões. O oxigênio é, então, transferido para o sangue, que o distribui pela hemoglobina, a parte do sangue que carrega o oxigênio.
Existe aproximadamente a mesma quantidade de oxigênio (cerca de 21%) no ar, independentemente da altitude, mas, devido à falta de pressão atmosférica em grandes altitudes, é mais difícil os pulmões humanos absorverem. Nosso sistema cardiopulmonar (coração e pulmões trabalhando juntos para a obtenção de oxigênio para o corpo) precisa trabalhar mais em grandes altitudes para obter o oxigênio de que precisamos. Isso leva à hipertensão - ou pressão alta.
Antropólogos acreditam que as pessoas têm problemas em lidar com o ar rarefeito em grandes altitudes porque o corpo humano se desenvolveu ao nível do mar ou próximo dele. Os tibetanos são anormais: eles não poderiam conseguir se desenvolver no teto do mundo durante milhares de anos. Então, como se adaptaram?

Biodiversidade a grandes altitudes
Em 2005, um grupo de pesquisadores da Universidade Case-Western, em Cleveland, Estado americano de Ohio, iajou para o Tibete para analisar o porquê dos tibetanos não sofrerem de pressão alta e de outras doenças resultantes das grandes altitudes. Encontraram a resposta dentro da respiração dos tibetanos.
Os pesquisadores descobriram que eles exalam muito menos óxido nítrico (NO) do que o grupo de controle que vive ao nível do mar. E mais, os pulmões dos tibetanos transferiam duas vezes mais a quantidade de óxido nítrico das paredes do pulmão para a corrente sangüínea do que seus companheiros do nível do mar. Acredita-se que o óxido nítrico auxilia na expansão dos vasos sangüineos. O sangue circula com mais facilidade, o que permite que o coração trabalhe a um ritmo normal, devido à diminuição da pressão arterial da expansão dos vasos.
Isso significa que o coração dos tibetanos pode enviar boa parte do oxigênio disponível no ar do ambiente para seus corpos. Com os vasos sangüíneos dilatados, eles conseguem fazer isso com menos esforço do que uma pessoa na mesma altitude cujo sistema cardiopulmonar seja usado para a pressão próxima ao nível do mar.
Isso representa um forte exemplo de seres humanos que evoluem para se adaptarem ao ambiente. As pessoas que vivem em grandes altitudes se adaptaram às condições atmosféricas incomuns, e é evidente que isso ocorreria no mundo todo, em qualquer lugar que os seres humanos vivessem em altitudes semelhantes às do Tibete. A menos que não seja assim.

O primeiro estudo sobre pessoas que vivem em grandes altitudes foi feito em 1890, quando o francês Francois Viault estudou a contagem de glóbulos vermelhos de moradores da Cordilheira dos Andes da América do Sul. Os glóbulos vermelhos carregam a hemoglobina, parte do sangue que transporta o oxigênio. Então, Viault criou a teoria de que os andinos teriam uma contagem alta de glóbulos vermelhos. Ele estava certo. Os andinos desenvolveram um processo que compensava a falta de oxigênio disponível no ar rarefeito da montanha. Mas essa característica - ou fenótipo - não é encontrada nos tibetanos. Em compensação, o uso mais elevado de óxido nítrico dos tibetanos não é encontrado nos andinos.
Um terceiro grupo, os etiopes, também de regiões montanhosas, não apresentava nenhuma dessas características. Na verdade, os montanheses etíopes aparentemente não têm qualquer traço especial que compense a vida a altitudes mais altas. As características de seus sistemas cardiopulmonares - como a saturação de oxigênio e a contagem de hemoglobina - são praticamente idênticas às encontradas nas pessoas que vivem ao nível do mar.
É possível que os etíopes tenham uma característica que ainda não foi descoberta; os montanheses foram estudados apenas uma vez, enquanto os andinos foram estudados durante mais de um século, e os tibetanos, durante décadas. Mas as diferenças encontradas entre os andinos, etíopes e tibetanos representam a biodiversidade humana. Isso é importante porque é através da diversidade que uma espécie pode se desenvolver na Terra.

À medida que a altitude aumenta, a pressão atmosférica baixa e o ar, menos denso, tem menos oxigénio. Esta diminuição na quantidade de oxigénio afeta o corpo de várias maneiras:
·        aumentam o ritmo e a profundidade da respiração, alterando o equilíbrio entre os gases pulmonares e o sangue;
·        aumenta a alcalinidade do sangue e altera-se a distribuição de sais como o potássio e o sódio dentro das células. Como resultado, a água distribui-se de forma diferente entre o sangue e os tecidos.
Estas alterações são a causa principal do mal da montanha.

Nas grandes altitudes, o sangue contém menos oxigénio, provocando uma coloração azulada na pele, nos lábios e nas unhas (cianose). Em poucas semanas, o corpo responde produzindo mais glóbulos vermelhos, com o objetivo de transportar mais oxigénio para os tecidos.
Os efeitos da altitude dependem da altura e da velocidade da subida. Os efeitos são menores a uma altura inferior a 2200 m, mas são mais evidentes e frequentes acima dos 2800 m, depois de uma subida rápida. A maioria das pessoas adapta-se (aclimata-se) às alturas de até 3000 m numa questão de dias, mas aclimatar-se a alturas muito mais elevadas requer muitos dias ou até semanas.

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Soroche - Evil Mountain

The biggest problems come in packages, which occurred in the last ten years, 80% of the deaths from altitude sickness: the shame of giving up or delaying the group often leads to a forced pace, and the frustration of not completing the trek makes you sorry a headache or nausea with the change in eating habits, or a cold. The ultimate consequences are coma and death from pulmonary edema or brain, and doctors warn: when in doubt, assume that it is this disease and stop at least 24 hours and if the inconveniences disappear may continue to rise, always with stops acclimation.
The main rules are: to rise slowly (about 300 meters per day), sleeping lower than the maximum altitude to now, knowing the symptoms and, above all, do not ignore them.


There is a protective factor:
• have training in trekking;
• have previous experience at altitude;
• not smoking;
• be in good shape;
• be over 24 hours at altitude (can appear after several days of stay at altitude).
It's risk factor:
• Altitude equal to or exceeding 3,000 meters;
• rapid ascent (over 600 meters a day);
• strenuous activities;
• previous experience with Acute mountain sickness;
• obesity, male;
• lack of acclimatization stops;
• use of sedatives or sleeping pills.
They are signs of a normal body acclimatization to altitude:
• lighter sleep;
• rapid breathing;
• walking very slowly;
• increased excretion of urine.
Onset (may appear as a block or one at a time):
• headaches that do not pass;
• insomnia;
• lack of appetite;
• dry cough;
• decreased urine output;
• Shortness of breath even at rest.
A person who has suffered badly from the mountains might wonder how the people in Tibet can live at high altitudes without suffering from hypoxia. Researchers studied the Tibetans to find out why they can live in villages at 4,800 m above sea level (in contrast, the city of Denver, Colorado, is 1,610 m above sea level). Apparently, the Tibetans are truly hypoxic, but their bodies just developed a unique way of dealing with lower air pressure. But how? To understand the answer to this question, we must first understand why people could not grow at these altitudes.
The oxygen distribution system of the human body has evolved over hundreds of millions of years. Do you aspire to oxygen in the lungs. Oxygen is then transferred into the blood, which distributes the hemoglobin, the part of blood that carries oxygen.
There is approximately the same amount of oxygen (about 21%) in the air, regardless of altitude, but due to lack of atmospheric pressure at high altitudes, is more difficult to absorb the human lungs. Our cardiopulmonary system (heart and lungs working together to get oxygen to the body) needs to work harder at altitude to get the oxygen they need. This leads to hypertension - or high blood pressure.
Anthropologists believe that people have trouble dealing with the thin air at high altitudes because the human body evolved at sea level or close to it. The Tibetans are abnormal: they could not get to develop in the roof of the world for thousands of years. So we have adjusted?
  Biodiversity at high altitudes
In 2005, a group of researchers from Case-Western University in Cleveland, the U.S. state of Ohio, traveled to Tibet to consider why the Tibetans do not suffer from high blood pressure and other diseases resulting from high altitudes. They found the answer in the breath of Tibetans.
The researchers found that they emit much less nitric oxide (NO) than the control group that lives at sea level. What's more, the lungs of Tibetans transferred two times the amount of nitric oxide from the walls of the lung into the bloodstream than their fellow sea level. It is believed that nitric oxide helps to expand the blood vessels. Blood flows more easily, which allows the heart to work at a normal pace due to decreased blood pressure expansion vessel.
This means that the hearts of Tibetans can send much of the available oxygen in the air environment of their bodies. With dilated blood vessels, they can do this with less effort than one person at the same altitude where the cardiopulmonary system is used for pressure close to sea level.
This represents a strong example of humans evolving to adapt to the environment. People living at high altitudes have adapted to unusual atmospheric conditions, and it is clear that this would occur worldwide, anywhere that humans live at altitudes similar to those of Tibet. Unless it is so.
The first study of people living at high altitudes was made in 1890 when Frenchman Francois Viault studied red blood cell count of residents of the Andes of South America Red blood cells carry hemoglobin, the part that carries blood oxygen. So Viault theorized that the Andean countries have a high count of red blood cells. He was right. The Andean developed a process that compensated for the lack of available oxygen in the thin mountain air. But this feature - or phenotype - is not found in Tibetans. In contrast, the highest use of nitric oxide of Tibetans is not found in the Andes.
A third group, the Ethiopians, also in mountainous areas, did not have any of these characteristics. Indeed, the Ethiopian highlanders apparently have no special trait to compensate for life at higher altitudes. The characteristics of their cardiopulmonary systems - such as oxygen saturation and hemoglobin count - are virtually identical to those found in people living at sea level.
It is possible that the Ethiopians have a feature that has not been discovered, the mountaineers were studied only once, while the Andean been studied for over a century, and the Tibetans for decades. But the differences between the Andean, Ethiopian and Tibetan represent the human biodiversity. This is important because it is through diversity that a species can develop on Earth.
 
As the altitude increases, atmospheric pressure and low air less dense, has less oxygen. This decrease in the amount of oxygen affects the body in several ways:
Increases the pace and depth of breathing, altering the balance between the lung and blood gases;
Increases alkalinity of the blood and alters the distribution of salts such as sodium and potassium inside cells. As a result, water is distributed differently between the blood and tissues.
These changes are the main cause of altitude sickness.
  At high altitudes, the blood contains less oxygen, causing a bluish skin, lips and nails (cyanosis). Within weeks, the body responds by producing more red blood cells, in order to carry more oxygen to tissues.
The effects of altitude depend on the height and speed of ascent. The effects are smaller at a height less than 2200 m, but are more obvious and frequent above 2800 m after a rapid ascent. Most people adapt to (acclimate) to heights of up to 3000 m in a matter of days, but acclimate themselves to much higher altitudes requires many days or even weeks.

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